Furos e homenagens
- Davi Barros
- 24 de jun. de 2016
- 3 min de leitura

Além das conquistas no Esso, o jornal O Dia também é referência em celebrações de menor porte, como os prêmios Petrobras, Embratel e Mobilidade Urbana.
Kamille Viola, ganhadora dos dois primeiros, e Daniel Pereira, primeiro e terceiro colocado em duas edições do último, são dois nomes que deram orgulho à redação do veículo.
Kamille foi vencedora pela série de reportagens que celebravam o centenário de dois importantes mestres da cultura brasileira: “Machado de Assis – 100 Anos de Memórias” – levou o Prêmio Embratel, em 2009, e “Vinicius de Moraes: 100 Anos do Poetinha”, o Petrobras, em 2013.
Daniel, que foi repórter especial em mobilidade urbana, ganhou o prêmio em 2013, quando publicou a reportagem “Rio perde R$ 27 bilhões com engarrafamentos”. O jornalista também conquistou a terceira colocação com a matéria “CCR ameaça abandonar Barcas por causa de prejuízo milionário”, em 2015.
Aos 37 anos, sendo 20 como jornalista, Daniel não se considera especialista em mobilidade urbana. Para ele, o profissional de comunicação é bom naquilo que está acostumado a cobrir, e melhor que ser reconhecido por receber o prêmio é a publicação por si só, o fato de o trabalho atingir um público além dos leitores e fazer com que seja possível realizar mudanças na sociedade.
– Quando vejo colegas de outros jornais correndo atrás do que estou fazendo, acho muito legal, acho simbólico, porque o assunto não vai ficar só em mim. O assunto vai para frente, vai ter algum desdobramento. E eu espero mesmo que as pessoas que lesaram o erário público de alguma forma, paguem por isso.
Fora do jornal desde o meio do ano passado, Kamille Viola sempre trabalhou com cultura em O Dia, nos dez anos que esteve lá. Segundo ela, as maiores chances para uma reportagem ganhar um prêmio são se o jornalista se aprofundar no assunto e produzir um material relevante.

– Em jornal, ainda mais em um jornal popular, como O Dia, datas especiais são chances de fazer uma reportagem mais aprofundada, e normalmente são reportagens que têm chance de ganhar prêmios. O Dia, por exemplo, ganhou com uma série de reportagens dos 50 anos da ditadura, mas foram várias reportagens porque essas datas permitem, editorialmente, que se faça uma coisa diferente. Então, é uma chance de poder se aprofundar no assunto, e você acaba pensando em concorrer. Eu não pensei em fazer o centenário do Vinicius para concorrer a um prêmio, não. É porque é legal.
Os dois jornalistas partilham da opinião de que mais prazeroso do que ganhar o prêmio é publicar matérias que sejam interessantes para os leitores. Daniel diz que ainda vibra muito com a publicação de determinadas matérias. Para ele, os prêmios são importantes e é bom ter reconhecimento por um trabalho bem feito, mas não existe mudança significativa na carreira.
– A gente não fica famoso, ninguém sabe quem é Daniel Pereira, mas dentro da profissão, quem trabalha em cargos de chefia e tal, já sabe que você dá um resultado bom. No sentido de colocar a carreira para frente, já tem uma carreira ali, já fala com quem você quer falar, já chega aonde você quer chegar. É bom? Claro, porque é um reconhecimento, mas dizer que muda a carreira, acho que não.
Daniel diz acreditar que a forma como se organizam as pessoas no jornal facilita a conquista de prêmios. Para ele, que trabalhou ainda no jornal O Globo e no Estado de S. Paulo, o acesso, trânsito dos repórteres com superiores torna a pauta mais bem elaborada e mais fácil de ser executada.
– O Dia talvez seja o jornal mais humano que eu já tenha trabalhado. A facilidade que se tem em chegar na direção do jornal, nos editores... eu sou editor, mas já fui repórter também, é uma facilidade muito grande, então isso ajuda muito a dissecar a pauta e evitar que saia erro. Não é uma pessoa que fica na berlinda. Quando se publica uma matéria, ela vira do jornal e é um problema de todo mundo.
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